30 novembro 2008

Sofrimento e Consciência



Sofrimento e Consciência

A respeito do sofrimento humano, cada criatura dará sua concepção e um parecer que terá um pouco de razão ou até razão completa, pois a experiência humana é sempre positiva mesmo quando seja aparentemente negativa.
Nada existe que seja inútil, portanto, o sofrimento tem uma forte razão para existir. Começamos a sofrer desde que nascemos. Nascer dói ao corpo, dói para quem dá a luz; dói à alma que se desprende da vida natural, que é a vida espiritual, para entrar num corpo que o constrange e impede de sentir em toda plenitude, a vida. Nascer é quase uma morte para o espírito. Morrer, é renascer para a vida verdadeira. Morrer também dói. Dói quando começa a crescer os dentes. Dói os ossos quando o crescimento é muito rápido. Dói quando vamos pela primeira vez à escola e nos separamos dos pais e da segurança do lar. Dói o coração quando começamos a amar e não somos correspondidos. Dói os seios da menina quando começa a crescer. Dói quando somos reprovados na escola ou pelas pessoas. Dói quando somos traídos, somos desprezados, esquecidos, não amados e quebramos um braço. Dói quando parte um ser querido para outra dimensão; dói quando um parente próximo fica doente ou vai habitar longe de nossas vistas. Tudo é dor, mas a dor tem outros nomes: lições e transformações. Mutação.
O que transforma uma criatura cruel em bondosa? O que muda um rico avarento em provedor dos necessitados? O que faz calar a boca maledicente e a ensina ser verbo de consolação? O que faz o homem cuidar de seu corpo depois de passar por doenças graves? O que a consciência não consegue mudar, muda a dor. A dor é a parteira que faz nascer um novo ser dentro do velho. É o martelo e o cinzel que trasmuta o homem de pedra bruta em jóia perene. É a que quebra o gelo da imobilidade empurrando o homem à evolução. Acorda-o e desperta-lhe a consciência adormecida.
Há também uma dor que é pouco conhecida, aquela que sente a criatura quando cresce em espírito. A solidão das alturas. Mas é um doce sofrimento... Consciência. Mais dói quanto mais conscientes estivermos até atingirmos um estado de plenitude da alma, que é o mar do Amor Infinito de Deus. É lá que a dor acaba e a alegria intensa e inalterável é nosso estado permanente.
A dor é mestra, escultora e fator de propulsão que nos faz perder o chão para ganhar as alturas da angelitude. Sem ela, não adquirimos consciência do que somos.

Miryã Kali/ ASD

Texto enviado por Cristina Lahoz
Publicado por Renato Baptista

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá,

MAravilhoso seu post.

Passando para conhecer seu espaço que é muito bonito de excelente conteúdo.

Desejo um lindo final de semana e muita paz.

Smack!

Edimar Suely
jesusminharocha.blig.ig.com.br